Por um mundo menos desigual

por Eli Nunes Monteiro  |  19 de novembro de 2021

Pensar em uma educação contemporânea exige refletir não apenas sobre o sujeito, mas também sobre o processo de sua constituição, isto é, os caminhos que surgem através da possibilidade de paternidades e maternidades. Essas palavras, no plural, convidam-nos a refletir sobre os compromissos que temos com a essência de cada um e com a busca das pessoas pelo respeito de suas características individualizantes, em um mundo em que normatizar e padronizar comportamentos é uma atitude corriqueira há séculos. 

Nesse sentido, o papel da família na educação é de se comprometer com uma escuta ativa para que as formas das infâncias e adolescências possam se manifestar, através das diversas camadas que compõem o ser humano, como sexualidade, raça, classe e relações sociais. 

Ao permitir esse espaço de escuta na criação de meninos e meninas, de forma múltipla, realizamos a inclusão de todas as existências no ambiente amplo e complexo da diversidade. Uma aposta potente é a promoção de brincadeiras, brinquedos, temas variados e músicas para que todas as crianças brinquem, dancem, divirtam-se independente do gênero que lhes designaram ao nascer. Tal estratégia é uma das iniciativas para quebrar paradigmas e romper a cultura do machismo na infância, estimulando as crianças a experimentarem vivências e despertando talentos sem estigmas formados. 

Essa escolha proporciona, também, a oportunidade de as famílias se atualizarem e aprenderem, junto com seus filhos, possibilidades de vida apresentadas pelas novas gerações, por meio de seus processos de escolha, suas atitudes, e a percepção do mundo e do lugar que ocupam. Pensar em projetos de vida baseados na diversidade e na inclusão é um dos caminhos por um mundo cada vez menos desigual.

É desafiante, mas também pode ser reconfortante abrir as portas para que as infâncias, desde a educação infantil, possam ser, de fato, mais libertadoras. A parceria entre a escola e as famílias é fundamental para que crianças e jovens estejam amparados e tenham garantidos os seus direitos e sua segurança, além de poderem se posicionar, respeitando as outras pessoas e sendo respeitados, configurando, assim, uma trajetória sem discriminação.

 

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